Viver, sonhar!!!
Correr com alegria,
sempre!
Opa!! Em paz? Todos bem,
tranquilos? Treinando para fechar o ano voando e feliz? Motivado pela última
edição do BSB Run Cities Half Marathon, escrevo aqui um pouco desse dia e com o
coração cheio de alegria.
Já vinha centrado nessa corrida
há algum tempo. Mas um foco diferente, motivado pela minha ida aos meus
primeiros 42km, que acontecerá em breve. Inicialmente estava previsto uma
tentativa de quebra de RP, dado que o percurso dessa corrida é o melhor lugar
para isso (das que conheço, claro). Mas vamos falar de mim posteriormente. Quem
sempre merece destaque nos meus posts e conversas são sempre os alunos e vocês
leitores.
Meus alunos da Assessoria acabam
se tornando uma extensão de minha pessoa, fico com a sensação de que carrego
cada um deles comigo por onde quer que eu vá. Um dos motivos de me recusar a
atender muitos alunos simultaneamente está nessa ideia de que cada um é
especial. Cada um merece o melhor tratamento, a melhor parte de mim. Ou ofereço
o que tenho de melhor, com zelo, carinho e cuidado, ou não ofereço.
Meus alunos se tornam meus
exemplos, minhas inspirações. Através do sorriso, da satisfação de cada um, encontro
a motivação cotidiana para seguir acreditando no meu melhor. Acabam se tornando
amigos e pessoas que eu desejo o bem e sempre torço para que estejam em paz,
felizes. A corrida sempre acaba ficando em segundo plano, pois a alegria vem em
primeiro. Mas dependendo do treino do dia... a conversa muda, rs...
Esse ano fui para Brasília com
uma turma de gente feliz. Pensei em muitas formas de escrever esse post. Fico um
pouco sem graça, porque há outros alunos também, que não estiveram conosco em
Brasília.
Nesse post, cito os que foram
comigo para BSB assim, por ordem alfabética:
Alan Dayer
Existem pessoas na
nossa vida que nos aparecem em diversas formas. Alan é um amigo de infância. Se
tornou um irmão. Tive a honra de inicia-lo nesse mundo contagiante das
corridas. O Alan, no começo um pouco indisciplinado em função de sua rotina de
trabalho, mas não deixava de treinar. Sempre soube de suas qualidades físicas. Era
o tipo de atleta na adolescência que sabia fazer de tudo um pouco e muito bem.
Continuou até seus tempos de faculdade
no Rio de Janeiro, tendo praticado inclusive remo. Quando se iniciou comigo,
vinha de um longo tempo de sedentarismo. Pouco a pouco, fomos construindo uma
base sólida, suas primeiras provas de 5km e fomos evoluindo até o fim de 2016,
quando participamos da Corrida de São Silvestre. Nesse ano, tínhamos planejado
correr juntos os 21km de Santiago. Seria a primeira meia maratona dele. Quis o
destino que ele fosse convidado a trabalhar numa empresa em São Paulo, que se
traduziu numa ótima chance profissional para ele. Sendo assim, em março ele se
mudou e o plano de ir para Santiago mudou. Acabei correndo esses 21km sem ele,
mas com a certeza que não faltariam oportunidades. Com a nova rotina
profissional e se ajustando a nova realidade em São Paulo, os treinos pararam.
Nisso, ele já tinha feito a inscrição para essa corrida de BSB. Cerca de um mês
atrás Alan me perguntou as possibilidades de correr esses 21km. Desde abril a
rotina de treinos dele estava bem escassa. Mas o Alan é o tipo de cara que
compra a ideia. A preparação estava longe de ser ideal, obviamente. Planejei 5
semanas de treino e confiei. Eu sabia que ele poderia sim conseguir. Me chamem
de louco, mas eu jamais vou ser o cara a dizer não para meus alunos. Mas
lógico, existe um limite entre o real e a loucura. Ainda assim, costumo tender
para loucura algumas vezes, rs... Acompanhei os treinos dele, sempre checando
suas atividades no Garmin Connect. E ia me surpreendendo com a resposta dos
treinos. Nessa última semana de treinos, veio uma bendita crise alérgica. Ficou
uma semana sem treinar. Eu apenas mantive a calma e disse. Corre “sussa”, em
paz. Faz seu ritmo, sem sofrer. Então largamos juntos no grande dia e num
determinado momento fui um pouco mais a frente pois estava com um ritmo melhor.
No momento em que conclui meus 21km já fui logo para a entrada, afim de ver
meus alunos chegarem. Chegaram todos e nada do Alan... Bateu uma preocupação...
Pessoal achando que ele desistiu, parou no meio do caminho. Eu tinha absoluta
convicção que ele não desistiria. O cara não se entrega de forma alguma. Fui
atrás das ambulâncias e nada.. Perguntei se eles receberam alguém com as
características dele e nada... Passaram-se mais de 3h da largada e nada...
Resolvi procurar com mais calma em outros locais e eis que eu vejo ele ali numa
paciência santa... recebendo massagem... Pensei comigo: “poxa cara.. eu super preocupado
com você e tu nessa folga toda recebendo massagem? Te catar cara...” Mas senti alívio
e fiquei extremamente satisfeito porque ele terminou bem e feliz! E tinha
chegado minutos depois de mim... Mas o cara foi direto pra massagem... Olha a
figura aí:
Cláudia Regina
Cláudia é minha esposa. Corredora
há três anos, sempre “fugiu” desses 21km. Ela é do tipo tranquila.. sempre na
convicção que 5km é bom demais e 10km é pra lá de ótimo. Cláudia tem uma força
psicológica fora do comum. Embora ela tenha me desferido bons adjetivos quando
a levei para correr 12k, com os primeiros 6km só de subida, sempre soube que
ela conseguiria. Mulher, esposa gosta de chiar até não conseguir absorver nenhuma
palavra, dado o acúmulo de coisas ditas. Cláudia é do tipo de mulher que não se
entrega. Tem um espírito de luta invejável e é osso duro. Mas que ela gosta de
me falar... ela gosta... Não admite, mas ela precisa me falar alguma coisa, nem
que seja o pão meio torrado que trouxe da padaria. Os dias dos nossos treinos
sempre dão confusão. Eu sempre digo: Buba, amanhã vou treinar. Ela: Bom, você
vai, mas lembra que tem de levar as crianças pra escola, porque eu vou treinar
também. A confusão estava armada... O jeito foi correr 4h da manhã. Ninguém
vence essa mulher. Deixei para avisar que a Cláudia iria correr os 21km de
Brasília bem nos 48min do 2º tempo. A princípio, sua estreia nessa distância
iria acontecer em Dezembro, quando também farei meus primeiros 42km. Quis
antecipar. Porque eu sabia que ela conseguiria. Fui tentando dar instruções pra
ela. “ Buba, bora treinar assim, vamos fazer assim, tem longão...Inútil...
Cláudia sempre foi a rainha da discordância. Mas essa nossa tônica de casal funciona
de um jeito muito diferente, rs...Na semana que antecedeu a corrida, por razões
diversas, Claudia não treinou um dia sequer. E eu sempre dizendo, Buba, Buba...
bora treinar.. Ela: Deixa comigo, deixa
comigo. E eu apenas concordei: “tá bom”. Confesso que me preocupei, mas no
fundo sabia do que ela era capaz. Antes da corrida falei pra ela: “ Se não
terminar, volta de Uber porque comigo você não volta (lógico que não faria
isso, rs, mas era meu jeito divertido e motivador.) Cláudia faz cada coisa... Quando ela cruzou a
linha de chegada... Veio logo me cantando a prosa: “Bubbbaaaaa, é bom demais
né??” Eu em pensamento pensando “ Putz... essa mulher não tem igual” Te amo!
Mas que você dá trabalho, dá!! Olha ela aí...
Fernando Silva
Sabe aquele dito “queniano” que
todo grupo de corrida tem? Aquela pessoa que corre igual doido, num gás danado?
Tenho a felicidade de ter um desses no grupo... Fernando me apareceu por
intermédio de um amigo corredor, o Humberto. Fernando é um cara que leva a
corrida a sério e é extremamente disciplinado. Mais importante, percebi nele a
paixão pela coisa. O que me motiva a treiná-lo, e todos os outros. Sem paixão
pela corrida, não dá... Fernando vinha treinando sem acompanhamento, de uma
forma espontânea e tinha resultados expressivos nas corridas. Quando comecei a
orientá-lo, começamos a entender seu perfil de corrida e entendendo seu nível
de treinamento, vinha sempre ajustando os treinos, de forma que ele pudesse
evoluir. Tivemos um planejamento apertado, com muitas corridas esse ano,
situação a ser repensada no próximo ano, de forma que possamos ter tempo entre
corridas e espaços para evoluções mais efetivas. A resposta nos treinamentos
sempre foi muito positiva. Toda vez ele finalizava um treino eu percebia que
ele se doava. No começo foi complicado dosar o treinamento dele. O cara usava toda
a energia que tinha. Fazê-lo ficar um dia sem treinar era um custo danado. E eu
sempre dizendo: Fernando, tem que descansar... vá devagar pelo amor de Deus...
o treino é regenerativo... Aos poucos estamos domando esse ímpeto dele e
transformando isso em resposta efetiva no dia em que realmente precisa usar
toda essa energia. Propus a ele esses 21km como uma prova para ele curtir e
poder estrear na distância. Sem pretensão de tempo. No grande dia eu vi que ele
estava bem ansioso, com muita garra... Num determinado momento da corrida, ali
pelo km16 vi o Fernando passando por mim e dei um grito... O cara estava tão
compenetrado, que mal me ouviu, eu acho. E eu gritando: Vá embora! Senta o
pé!!! Quando cheguei e vi o cara ali um pouco cansado, mas tranquilo, me deu
uma alegria danada. Fiquei surpreso com
o rendimento dele, Bateu sua primeira
Meia Maratona em 1h36. Ele voou!! E ele: “Professor, o tempo tá bom?”
Caramba... que pergunta é essa?, pensei comigo. Respondi: “ Fernando, tá ótimo
cara... primeira meia... foi excepcional..” Perguntei o principal: Curtiu? Tá
feliz? Com a resposta afirmativa, coração está em paz... Sujeito todo estiloso,
vejam só:
Giselle Heloise
A Giselle me foi apresentada
através de uma amiga que me pediu que eu a orientasse, pudesse ajudar com os
treinos dela. Me foi dito que era uma pessoa que gostava muito de corrida, mas
que precisava de um auxílio, motivação para continuar seguindo. Me dispus
prontamente, sempre com a vontade e alegria de ajudar ao próximo. Como não
havia possibilidade de que mesma treinasse comigo presencialmente, fui
orientando-a a “distância”. Houve muitos momentos de idas e vindas, sem que
fosse conseguido estabelecer um padrão. Mas eu percebia que ela tinha garra.
Não no sentido de voar, de pódio. Mas desejo, vontade de atingir objetivos. A
marca de 21km a persegue há anos. Sempre que planejava, havia algo no caminho.
Quando nesse ano passei a atender no Parque Flamboyant ela foi a primeira aluna
a estar lá. Assim começamos a construir uma base sólida. Mesmo com
adversidades, sempre disse: Não desista! Desde sempre, fui direcionando o
treinamento dela para esses 21km. Houve momentos e momentos. E eu sempre firme
na minha convicção que esses 21km dela se tornou uma ambição pessoal minha. Eu uni
ao objetivo dela e passei o tempo todo a encorajá-la. Só iria sossegar no
momento em que ela cruzasse essa linha de 21km. Era perceptível sua ansiedade.
O grande momento de encarar esses 21km chegara. Como acontece com todos
corredores, ficamos com medo, passamos a questionar tudo. Fui curto e direto
momento antes da largada: Desistir não é uma opção! No momento em que a vi
cruzar a linha de 21km, simplesmente me deixei levar por profundo alívio e
gratidão. Ela completou!! Giselle é o tipo de pessoa que pode ir muito além do
que ela própria imagina. Sempre digo a ela, como costumo dizer para meus
alunos: Eu acredito em você! Você pode, você consegue! Num jeitão bem goiano,
“nós capota, mas num breca”. Depois de inúmeras mensagens trocadas por
whatsapp, compartilhando medos, preocupações, me sinto feliz em saber que pude ajuda-la
nesse desafio. Mas a força, a vontade e a coragem partiu dela. Pessoas como ela
e o marido não são apenas alunos. Acabam se tornando amigos! Vejam só:
Inácio
Inácio é marido de Giselle.
Sujeito com um coração e afetividade que me deixaram muito a vontade. Desde o
primeiro contato, me apresentei a ele de forma tranquila e sempre que nos
víamos, a empatia era clara. Quando do início das minhas atividades no Parque
Flamboyant ele veio logo depois de Giselle. Por hábito, sempre gosto de
dialogar com meus alunos, às vezes trivialidades, ás vezes sobre o treino
anterior e por aí vai. Com o Inácio, eram diálogos dos mais diversos e pude
cada vez mais conhece-lo melhor. O respeito e carinho aumentavam. No que tange
a corrida, Inácio sempre foi mais despretensioso. Leva a prática como algo
tranquilo, sem paranoia com tempo e grande objetivos. A propositura dos 21km
surgiu assim que confirmamos Giselle nessa distância. Muito por conta de sua
rotina de trabalho, ambos são empresários, possuem uma loja, e nem sempre havia
uma regularidade nos treinos. Mas Inácio estava ali e não parava. Percebia nele
um baita potencial na corrida. Leve, boa técnica e um tempo acima da média. Era
preciso orientar apenas no estilo de corrida, exercícios educativos e
administração de ritmo. Inácio é o tipo de corredor raiz. Longe de ser o
“nutella” como nós viciados em relógio GPS e uma porção de coisas nos
acompanhando, desde a camiseta dry, bermuda de compressão e um monte de outras
frescurinhas. O cara vinha com camiseta simples, calça, tênis e boné, e
simplesmente saía correndo. Não tinha dúvidas que ele cumpriria esses 21km. Era
perfeitamente possível que o fizesse. Quando me posicionei na entrada para receber
meus alunos chegando, somente Fernando e nosso companheiro Humberto haviam chegado.
Pude filmar sua chegada e perceber sua cara de alegria e alívio. Vejam...
Silvio Neto
Silvio me foi indicado via FB
pela Giselle. Engraçado como essas coisas funcionam, né? Quando esse cara,
depois de umas aulas vem com um tom de voz quase baixo e me diz: “Cara... fiz a
inscrição pra Berlim, 42km.. loucura né?” Eu apenas disse: Não. Bora treinar
que a gente consegue. Detalhe importante. Ele começou na prática pouco mais de
dois meses antes de vir treinar comigo. Muita gente me diria que é loucura, mas
quando eu vi o desejo, aquela vontade, não tive dúvidas. Ele iria conseguir.
Passamos uns perrengues, mas ele foi lá e com o pé lesionado ( lesão decorrente
dos treinos, que se manifestou no dia da corrida levou a máxima o que sempre
digo: “desistir não é uma opção”. Tem raça, tem vontade, tem paixão. Nesse
pouco mais de um ano que estamos juntos, muitas conversas, passei a tê-lo como
amigo também. Isso acaba nos dando mais conforto, direção e facilita muito o
trabalho, por há a troca da confiança. Os 21km de BSB seria uma espécie de
extra, que aconteceria cerca de dois meses pós Berlim. O que não esperávamos
foi que ele ficou pouco mais de um mês de molho. Nesse último mês, fiz um
planejamento considerando treinos de base, de volta pós lesão. Era incoerente
eu querer força-lo a treinar para esses 21km. Combinamos que deixaríamos
acontecer. No último treino antes, pedi que ele fizesse cerca de 7km num pace
considerado leve para ele. No feedback, relatou muita tranquilidade, sem dores
e tranquilo. Para BSB, instruí que ele fizesse com tranquilidade, sem forçar e
deixando acontecer. Numa zebra qualquer, abandonaria a prova. No fundo eu
acreditava mesmo era que o Silvio terminaria, nem que fosse caminhando. O dia
estava bom demais. Num determinado momento cruzamos em direção oposta e vi que
o cara tava num ritmo muito bom e a expressão facial dele estava ótima. Soube
naquele momento que ele estava bem e deixei acontecer. Não coloquei hipóteses.
Quando vejo esse cara cruzando e olho o cronômetro da prova, soltei um “puta
merda”... O cara voou... Imaginei algo como 2h02, por aí... Quando ele me diz o
tempo real dele... Fez um sub-2h !!! Senti um alívio por ele ter terminado bem,
tranquilo e sem dores. E mais uma vez acaba me surpreendendo pela tamanha
paixão pela corrida... Isso move as pessoas.. Olha ele aí 😊 E ainda tirou uma foto com o "Tio Mayco", do canal corredores !!
Nessa corrida, teve também o Humberto, parceiro nosso, cara super do bem e que tem me dado muito apoio. A ele, minha gratidão por todo apoio!! Humberto é um cara que tem uma conversa fácil, extremamente receptivo, educado e que se dispõe. Mais do que corredor, um ser humano fantástico também. Olha o figura aí!!
Não deixem de acreditar nos seus sonhos. Pude testemunhar uma manhã mágica, em que de uma vez só, 5 alunos de uma vez só estrearem nos 21km. Mais do que alunos, amigos que guardo no coração. Externo aqui minha emoção e gratidão por ter podido fazer parte da vida de vocês. Sou privilegiado em tê-los comigo... Vamos continuar a alçar vôos cada vez maiores. Um grande abraço no coração de vocês... Mais fotos de nossa viagem, em compania dessa turma maravilhosa!!
Nessa foto, no número 1622, nosso amigo Carlos! Cara de uma simpatia e energia muito boa!! Sempre me ajudando e dando apoio também!! Encontrar ele em Brasília foi uma alegria!! Simbora querido!!!
Não consigo externar minha gratidão. Pelo sorriso de satisfação da Giselle, pelo carinho sincero do Inácio, pela entrega e confiança do Fernando, pela amizade, confiança e carinho mútuo do Alan, pela companhia inseparável de minha querida esposa Claudia, pela leveza e simplicidade do Silvio, pelo carinho e atenção do Humberto... Cada um de vocês estão comigo no canto mais bonito de nossa história. Externo também minha afeição a todos os meus alunos da Assessoria que não estiveram conosco, mas sabem do meu carinho e dedicação para com cada um. Um beijo no coração de todos!
Ricardo Carneiro
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